
O Clube do Bolinha
Adamop é uma sigla que põe bigode na política e produz uma fotografia perfeita de gênero

A simples existência da Associação das Primeiras-Damas do Oeste do Paraná (Adamop) produz uma fotografia irretocável de gênero na política.
A existência da Adamop diz claramente: a chefia do executivo dos municípios será exercida por um homem.
Se não é assim, onde está a Associação dos Primeiros-Cavalheiros do Oeste do Paraná? Em 48 municípios do Oeste, apenas dois são governados por mulheres, Ibema e Iracema do Oeste. Somadas, as populações das duas cidades chefiadas por elas mal chegam a 8,6 mil almas, equivalente a um bairro de médio porte de Cascavel.
A Capital do Oeste nunca elegeu uma prefeita, sequer uma vice, muito menos uma deputada. Nos 21 assentos da atual legislatura, temos somente uma vereadora.
O “fenômeno” se estende a outros setores da sociedade. Na entidade empresarial de maior visibilidade, a Acic, apenas uma mulher na presidência desde os anos 1960, Susana Gasparovic Kasprzak.
Não é incomum políticos inelegíveis ou impedidos por alguma razão colocarem suas esposas como candidatas a prefeita. Se vencerem, eles não se limitam ao papel de “primeiros-cavalheiros”. Ele tendem a ser os governantes de fato.Por essa razão não existe a associação de primeiros-cavalheiros. Existe a associação das primeiras-damas. A propósito, dama é vocábulo inusual entre os mortais comuns, jeito um tanto arcaico de designar a mulher do prefeito, talvez uma herança “cafona” do Brasil colonial.
Glossário - A expressão “primeira-dama”, que hoje é usada para designar as esposas dos governantes, tornou-se popular apenas no governo do presidente americano Rutherford B. Hayes (1877-1881). Ela se referia à sua mulher, Lucy Webb Hayes, considerada a mais carismática primeira-dama americana no século 19.
Até a chegada de Lucy à Casa Branca, as esposas dos presidentes não costumavam ser designadas por um nome específico, já que isso era considerado típico de governos monárquicos – em que as mulheres eram identificadas como rainhas, imperatrizes, ou princesas.
Elas no Legislativo
- A bancada feminina na Câmara dos Deputados tem 91 mulheres, a maior da história. Ainda assim, as mulheres representam somente 17,7% das cadeiras.
- Candidatas mulheres foram as mais votadas em 2022 em oito estados e no Distrito Federal.
- PL e a federação liderada pelo PT são os partidos com mais mulheres e também as duas maiores bancadas da Câmara dos Deputados.
- A federação lidera na representação feminina com 21 deputadas (18 do PT e 3 do PCdoB). Já o PL elegeu 17 deputadas federais.
- A Assembleia Legislativa do Paraná também elegeu para a atual legislatura a maior bancada feminina em 168 anos de história: são 10 deputadas entre os 54 eleitos.
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Elementar, meu caro Hudson!
