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Energia

Uma luz para o “Véio da Lâmpada”

Falta braço para dar conta dos pontos escuros de Cascavel; PPP ou concessão para iniciativa privada é luz no fim do túnel - desde que não seja o trem na contramão

Uma luz para o “Véio da Lâmpada”

Dia desses o vereador da base renatista na Câmara, Antonio Marcos (PSD), se queixava: “O homem nem lê mais meu zap pedindo troca de lâmpada”.

A reclamação era para o exvereador Oracildes Tavares, informalmente conhecido como “Véio da Lâmpada”, diretor da Prefeitura na pepinosa área de iluminação pública.

A vida de “Oráculo” - apelido dele em outros tempos - não é fácil mesmo: equipes reduzidas, limitações de dias e horários no vínculo com servidores concursados e 40 mil pontos de iluminação pública na cidade. 

É vereador, imprensa e povão em geral na cola do Véio da Lâmpada toda hora. Nem a lâmpada, nem ele, conseguem sequer piscar sem que alguém peça a troca.


“MÁFIA DA LÂMPADA”

Dinheiro não falta no sistema: tem um superávit de R$ 12 milhões/ano na taxa de iluminação pública. E onde tem dinheiro, tem cobiça.

Num debate entre prefeituráveis, em 2008, a então candidata Marlise da Cruz cunhou a expressão “máfia da lâmpada”, em alusão a supostas maracutaias no setor.

Há outros fios desencapados para perturbar o Véio da Lâmpada: dos 40 mil pontos de luz, pouco mais de 30 mil estão em LED. Os demais utilizam lâmpadas antigas, que emitem luzes amareladas e são mais vulneráveis a apagões. Mesmo o LED, em tese mais durável e luminoso, não pode impedir a ação de ladrões de fios de cobre, verdadeira epidemia em Cascavel.


TUDO ALINHADO

Copel e operadoras de telefonia iniciaram o que poderíamos chamar de “Operação Antigambiarra”. Na primeira pegada, em junho, foram removidos 185 quilos de fiação irregular na Avenida Toledo. O mutirão ganhou sequência nesta semana na Avenida Assunção, do Alto Alegre ao centro.


PITACO DO PITOCO

Concessões e parcerias público-privadas têm sido a melhor solução adotada por inúmeros municípios brasileiros no ataque à escuridão das ruas.

Essas soluções já contemplam plataformas de smart cities, que permitem integração com salas de monitoramento por vídeo.

E a concessionária vencedora da licitação tem obrigações que o servidor público não consegue alcançar, como 24 horas para troca da lâmpada queimada sob pena de multa contratual.

Vai lá, Severino, poupe o Véio da Lâmpada. Vovô Oráculo não tem mais idade para trepar no poste.


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