“R$ 20 milhões na mão…”
Caciques do Parlamento construíram um sistema para mudar tudo, desde que tudo fique como sempre esteve; barreira para novatos nunca esteve tão elevada, mas talvez o “Gato Preto”…

Empresário de nome bastante divulgado em Cascavel e região foi instado a se candidatar em 2026. Amigos (talvez da onça), disseram: - Vai lá, a gente apoia, seja candidato a deputado federal!
Homem dos números e dos cálculos rápidos de cabeça, o empresário fez algumas contas antes de avaliar o convite e chegou à seguinte conclusão: “Com o atual sistema de emendas impositivas, cada deputado federal no exercício do mandato tem no mínimo R$ 40 milhões na mão, fora o acesso à grana na hora de votações não republicanas”.
E concluiu o convidado: “Com a verba da campanha nas mãos dos presidentes de partido, uma candidatura sem histórico a federal necessita de R$ 20 milhões para sair do chão”.
A avaliação do homem das contas é que haverá um índice histórico de reeleitos no próximo pleito. “São R$ 20 milhões na mão para começar a conversar e eu não tenho essa disponibilidade agora, nem posso”, disse.
REELEGER CACIQUES
O líder empresarial de Cascavel, que poderia fazer um papel digno no Parlamento, foi desconvidado pela frieza dos números e pela razão.
O sistema está montado para reeleger os caciques, usando para tal uma estrutura de campanha desproporcional a dos índios - inocentes úteis escalados para “escadinhas” nas chapas.
Alguma renovação pode vir de influencers da linha “Gato Preto”, gente deslumbrada que promete mudar tudo, para tudo ficar com sempre foi.
Neste contexto, nomes como Henrique Mecabô e Hermes Parcianello (que cogita retornar) encontrarão os acessos para o Congresso Nacional blindados como os castelos medievais de muralhas indevassáveis e fossos infestados de crocodilos - local pouco indicado para frango mergulhar. Como em rio que tem piranha jacaré nada de costas, talvez a maior ameaça às cadeiras já distribuídas na bancada do Paraná no Congresso venha de Cascavel: o nome do destemido nadador é Leonaldo Paranhos da Silva, caso abdique de um mandato na Assembleia do Paraná.