Definido… agora só faltam 200 milhões
Boataria rolou solta na boca dos “corneteiros” antes da definição do local do novo palco de eventos para Cascavel

O período que antecedeu a definição do local para abrigar o novo centro de convenções e eventos de Cascavel fez borbulhar a indústria de boatos. Falava-se de uma batalha nos bastidores movida por interesses políticos e imobiliários. Afinal, quem não quer ter uma estrutura pública dessa natureza na vizinhança de seu futuro loteamento ou condomínio?
Na reta final do Paranhos II, o então prefeito chegou a anunciar uma área na região Nordeste da cidade, na extensão da Avenida Piquiri. E essa foi uma das opções estudadas, diga-se de passagem, uma das finalistas entre quatro áreas estudadas: Parque de Exposições (Expovel); antiga pedreira municipal; Piquiri e Avenidas das Torres - quase na confluência com o Contorno Oeste.
Prevaleceu essa última. A escolha não atenuou a “lingua preta” e o “olho graúdo” dos “cornetas”: “Ali tem área dos Scanagatta, dos Gurgacz, faculdade do Renato, condomínio do Paranhos…”. Pois é, qualquer lugar da cidade escolhido receberia alguma referência dessa natureza.
Porém, a avaliação técnica foi submetida à mais representativa entidade da cidade, a Codesc – Coordenadoria de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Cascavel, com 65 associações e sindicatos agregados. E, segundo o vice-presidente da Codesc, Marco Portes, a escolha foi balizada na avaliação de 26 itens por quatro câmaras técnicas.
“Aplicamos inclusive a inteligência artificial para traçar comparativos com outros centros de convenções de vários países antes de apontar o local ideal”, explicou Portes.
Segundo ele, a proximidade com o aeroporto e a possibilidade de expansão futura foram determinantes para cravar o alfinete no mapa da porção Oeste do município.
O cruzamento de 26 critérios com ponderações de 0 a 5 gerou um gráfico que apontou a decisão a ser tomada. Marco prevê que o local irá ganhar um impulso de desenvolvimento, atraindo estruturas como hospital, hotel, restaurante, infraestrutura turística e hub de inovação, entre outras.
Na prancheta eletrônica dos projetistas, o novo Centro de Convenções terá 150 mil metros quadrados de área, 65 mil construídos. Contempla auditório para 2,3 mil almas, praça de alimentação para 1,6 mil comensais, salas técnicas, ruas cobertas e estacionamento para 3,5 mil viaturas.
“A dimensão está projetada para atender até 2050, com capacidade para ampliação”, destaca o vice da Codesc. Ou seja, tá tudo redondinho. Só faltam os R$ 200 milhões para tirar do papel. O município já designou o terreno. O Palácio Iguaçu acenou com R$ 120 milhões. Agora é a vez da representação política entrar em campo.
Em tempo: O prédio improvisado hoje utilizado para centro de eventos – construído originalmente para armazenar café – poderá ser transformado em Mercado Municipal, conforme projeto desenhado pelo antecessor do Renato
PITACO DO PITOCO
- A Codesc é uma entidade atuante, transparente e que consegue transitar tecnicamente no escorregadio meio político.
- Trata-se de um organismo que reflete a vocação associativista de Cascavel e tem contribuído para elevar o nível do debate na cidade.
- Quem ouve a sociedade erra menos. Nesse aspecto, ponto para os inquilinos do 3º andar do Paço.