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Furou o pneu do trem

Dilvo Grolli entrevistado no Café com Pitoco: rota de colisão com os maquinistas do Iguaçu 

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, tido como um dos mais influente líderes do agro paranaense, escancarou uma divergência com a estratégia logística do Palácio Iguaçu, que até então vinha restrita a quatro paredes, circunscrita a debates internos de entidades como a Caciopar e o Programa Oeste em Desenvolvimento (POD).

“A Ferroeste não é eficiente nem suficiente, e estão querendo levar a ineficiência para Guaíra, Foz e Chapecó” , disse Grolli no Café com Pitoco, realizado na agência do Sicoob da rua Cuiabá na última terça-feira (11).

O líder cooperativista enfatiza não ser contrário ao ambicioso projeto da Nova Ferroeste, ofertado para investidores pelo governador Ratinho Junior em recente tour internacional. “Porém, antes de expandir para as barrancas do rio Paraná, em Guaíra e Foz, ou para Pato Branco e Chapecó, é preciso sanar as ineficiências do trecho já executado”, disse.

TREM DEVAGAR

Grolli aponta os gargalos no traçado na serra de Guarapuava, perímetro urbano de Curitiba e na Serra do Mar como nós a serem desfeitos, pois tornam as composições lentas e a entrega demorada. E alerta para tratativas e lobbies visando a renovação automática do contrato com a atual operadora entre Guarapuava e Paranaguá, a Rumo. “Queremos debater esse pacote todo, envolvendo na discussão a Ocepar, a Fiep e toda a sociedade paranaense”, disse.

As palavras de Dilvo Grolli encontram ressonância em outros líderes cascavelenses, como Edson Vasconcelos, presidente da Fiep e Alci Rotta Junior, do Codesc. “O projeto da Nova Ferroeste é algo grandioso, mas para cenário de uma década e meia à frente. Investindo na malha atual agora, podemos ampliar a capacidade de transporte da ferrovia das atuais 900 mil toneladas para 6 milhões de toneladas a curto prazo”, diz Rotta.

JANELA ABERTA

Segundo Rotta Junior, a “janela de oportunidade está aí, no fim do contrato da Rumo, em 2026, linkando as necessidades da Ferroeste com as contrapartidas da nova concessão”. De acordo com o líder empresarial, 3 milhões de toneladas de produtos seguem de caminhão do Oeste paranaense para Paranaguá. 

E o transporte pelo vagão do trem, segundo Grolli, é 35% mais em conta que a carroceria do caminhão. Ou seja, o rodoviário é mais caro e mais poluente, porém, o pneu do trem está furado e os comissários maquinistas do Palácio Iguaçu parecem não dispor de borracharias ao longo do trecho…

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