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Só restou a Gaúcha

Fechamento de ponto comercial tradicional no Calçadão deixa a família Kucinski como última remanescente dos anos 60 

Com o fechamento, na última sexta-feira (07), da tradicional Lanchonete Cometa, só restou um ponto comercial aberto de forma ininterrupta desde a década de 1960 no Calçadão da Brasil: a Gaúcha, da dupla Ivone e Valdir Kucinski. A loja completa 66 anos em 2024.

A Cometa funcionava desde a metade da década de 1960. O fechamento das portas foi acompanhado com alguma melancolia por antigos clientes. “Venho aqui desde criança, me deu uma tristeza danada”, relatou o jornalista João Guilherme.

Mesmo transpassando gerações, com o jovem Gustavo Gaffuri à frente (filho do fundador, Juvelino) a Cometa mantinha métodos comerciais de seis décadas atrás. “O consumo é anotado em uma caderneta, vai fechar com algumas contas ficando para trás”, anotou a jornalista Patrícia Cabral, da CATVE, que reportou o fechamento.

Segundo Gustavo, o proprietário do imóvel requisitou a sala e cogita-se abrir a Cometa em algum outro ponto. “Venho todos os dias para cá, sapear. Agora fico sem rumo”, disse Antonio Gaffuri, da família cometeana.

Com o cerrar das portas do ponto tradicional dos “boqueiros” da política nos anos 1970, onde o debate entre arenistas (pró-ditadura) e emedebistas (oposição) era eventualmente interrompido por um bicada no pingado ou para mastigar as cuecas viradas, a Gaúcha fica como última testemunha do florescer do comércio cascavelense.


Em tempo: a Sarolli Magazin, ao lado da Gaúcha, também remonta ao final da década de 1960, porém os fundadores não estão mais no negócio, mantendo somente o nome tradicional.

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