O local é bem arborizado, tem ipês amarelos e roxos, áreas gramadas, ajardinamento. Também tem traíras e bagres. Não, não é o Centro Cívico. Trata-se do mais novo “quarentão” da praça, o Lago Municipal de Cascavel.
O local que emoldura o lago, o Parque Natural Municipal Paulo Gorski com seus 111 hectares, forma a maior floresta urbana do Sul do Brasil, segundo a Secretaria de Meio Ambiente (Sema).
A origem da unidade de conservação, segundo o titular da Sema, Ailton Lima, vem de um roubo de araucárias na área onde hoje está o Zoo, prática comum da gafanhotada que rapelou o espigão e outras áreas, incluso aqui o Parque Nacional do Iguaçu.
“Consta que o secretário de Saúde do então prefeito Pedro Muffato, Juarez Brum, lá no início dos anos 1970, flagrou gente derrubando araucárias para furtar a madeira. E sugeriu ao prefeito a proteção daquele espaço”, relata Lima.
Alceu Sperança, o historiador, complementa a informação: “Sempre roubaram araucárias ali. A definição do lago resultou de um estudo de planejamento sobre a expansão da cidade e os problemas de saneamento que se apresentavam já desde 1960”.
É isso, havia alguns raros cascavelenses, como o Brum, preocupados em resguardar alguns exemplares sobreviventes daquela que já foi a maior floresta de araucária do planeta.
E havia também quem olhasse, como relatou Sperança, para a necessidade de um grande reservatório de água potável para matar a sede de uma cidade que explodia demograficamente.
Assim surgia, já na década de 1980, o Lago Municipal de Cascavel, concluído somente no governo Fidelcino Tolentino, cujo slogan era: “Juntos, tudo é possível”. Para encher o reservatório de 41 hectares com 4 bilhões de litros de água, as nascentes ali estabelecidas precisaram de trinta dias.
Aos 40 anos, o Lago Municipal se consolidou como principal atrativo turístico da cidade e importante manancial não só de água potável como também da fauna e da flora. São mais de 150 espécies de animais, e 80% da mata é composta de árvores nativas.