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De Curitiba à Casa Branca

Velocidade da informação surpreende até o veterano proprietário da rede T de emissoras de rádio

A entrevista que o presidente Lula concedia à rádio T, no último dia 14, em Curitiba, nem havia acabado ainda e já havia causado em Caracas e Washington. Márcio Martins, proprietário da rede que congrega 33 emissoras, relatou como a conversa foi tão longe, com tanta velocidade. 

“Lula estava na capital paranaense para reinaugurar a unidade de fertilizantes de xisto em Araucária. De última hora, após meses de tentativas, aceitaram conceder entrevista exclusiva no estúdio da T. Era para ser apenas 20 minutos, com tolerância de mais 5 minutos. Acabou que o homem ficou uma hora no ar. Neste período, muita coisa aconteceu”, relata Martins.

As coisas caminhavam dentro de um script previsível até chegar a pergunta das eleições na Venezuela. “Pela primeira vez, o presidente disse de forma mais enfática que não reconhecia Maduro como presidente eleito da Venezuela”, prossegue o dono da rádio. Na sequência, Lula sugeriu que poderia haver novas eleições ou um governo de coalisão. Ele ainda estava na entrevista quando a principal líder opositora venezuelana, Maria Corina Machado, festejou a primeira parte da fala e repudiou a segunda. “Vamos fazer quantas eleições aqui, três, quatro, até o Maduro ganhar?”, protestou ela.

As coisas caminhavam dentro de um script previsível até chegar a pergunta das eleições na Venezuela. “Pela primeira vez, o presidente disse de forma mais enfática que não reconhecia Maduro como presidente eleito da Venezuela”, prossegue o dono da rádio. Na sequência, Lula sugeriu que poderia haver novas eleições ou um governo de coalisão. Ele ainda estava na entrevista quando a principal líder opositora venezuelana, Maria Corina Machado, festejou a primeira parte da fala e repudiou a segunda. “Vamos fazer quantas eleições aqui, três, quatro, até o Maduro ganhar?”, protestou ela.

FALA, BIDEN!

Mas a conversa iria ainda mais longe. Joe Biden concedia entrevista coletiva naquele momento na Casa Branca, em Washington. Um repórter relatou a fala de Lula na emissora paranaense, e perguntou o que presidente americano pensava sobre novas eleições. Biden acenou positivamente. Horas depois, o porta voz da Casa Branca veio a público dizer que não era bem assim, e que não era uma posição fechada do governo respaldar novas eleições na Venezuela.

As idas e vindas correram o planeta rapidamente e foram destaque nos principais jornais americanos, e no telejornal de maior audiência no Brasil, o Jornal Nacional, da Rede Globo.

“A exposição de nossa emissora naquele dia foi gigante. Certamente, se a resposta do presidente fosse diferente, nada disso teria acontecido. Sei que os jornalistas sempre procuram fatos novos e repercussão em suas perguntas, mas não imaginávamos que chegaríamos tão longe e tão rápido”, disse o veterano empresário de comunicação.

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