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A caninana dos anos 60 agigantou-se

Abril e maio de seis décadas atrás foram intensos na vida social de Cascavel; o Clube Comercial, agora sessentão, transformou a paisagem em seu entorno

Em 9 de abril último (terça-feira) a Associação Atlética Caninana sessentou. Nunca ouviu falar? É o nome anterior da Associação Atlética Comercial. Caninana foi o time de futebol de várzea que trajava vermelho e branco e depois se transformou em clube social. 

Caninana é uma serpente típica da América Latina. “O time se chamava Associação Atlética Cascavel, mas era conhecido mesmo por “Caninana”, relata o pioneiro Beto Pompeu. O apelido carregava algo de jocoso, já que a caninana, pelo menos aqui, era conhecida como uma cobra pequena e inofensiva. “Era um time formado por atletas que se consideravam rejeitados pelo Tuiuti”, complementa Pompeu, revelando um certo viés azulado.

O Tuiuti Esporte Clube era o time a ser batido pelos colorados. As cores do clássico dos anos 1960 entre o Azulão (Tuiuti) e o vermelho e branco não remetiam ao derby Grenal por acaso. Havia mesmo muita rivalidade entre as equipes. O clássico era denominado Tuicial, que depois virou nome de indústria gráfica.

Pompeu destaca que a rivalidade extrapolou os campos poeirentos da várzea e fez crescer ambos os clubes em número de associados e estrutura. Hoje o Comercial sessentão abriga mais de 18 mil pessoas, entre associados e dependentes. E se oferta e procura são leis universais para estabelecer preço ou qualidade em serviços ou produtos, o Vermelhão vai muito bem. Não há títulos à venda pelo clube, simplemente porque a estrutura gigantesca não comporta todos os que pretendem ingressar.

Futebol, nas antigas, era o “esquenta” dos bailes. “O pessoal ia para o futebol e depois para o baile. Daí a ligação entre times e formação dos clubes sociais”, acrescenta Pompeu. A propósito, seguindo a tradição, o Comercial celebra o aniversário com baile, neste sábado (13).

A “Caninana” agigantou-se em suas quatro sedes. Uma delas, onde está a maior estrutura, ocupa vasta quadra na região do Centro Cívico em terreno doado pelo contador Algacir Biazetto na primeira metade dos anos 1960.

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