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É possível se desapaixonar?

Cultivar pensamentos negativos sobre a pessoa pode ajudar. Reduz a paixão, mas não diminui a tristeza

É possível se “desapaixonar” por alguém propositalmente, segundo uma cientista chamada Helen Fischer, do Kinsey Institute (Nova York, EUA). A pesquisadora vem analisando imagens cerebrais através de ressonância magnética desde 2005, na tentativa de entender os “circuitos do amor” e ajudar as pessoas com coração partido. Em sua longa pesquisa, a antropóloga descobriu que uma área cerebral chamada tegmental ventral, relacionada à fome e à sede, permanece ativa quando alguém está apaixonado. Assim, desligar-se desse sentimento parece tão difícil quanto tentar acabar com a sede sem beber água. Fischer também encontrou atividades cerebrais em áreas diretamente relacionadas com a dor física.

Na visão da pesquisadora, para que a tarefa de desapaixonar seja cumprida, é preciso encarar a situação como um vício e livrar-se, inicialmente, de tudo aquilo que remete à pessoa em questão. A análise permitiu concluir que uma pessoa  consegue diminuir o sentimento por conta própria, mas não acabar com ele completamente.

COMO DESAPAIXONAR?
Especialistas dividem opiniões sobre o amor e a tarefa de “desapaixonar”. Para que esse sentimento deixe de existir, a cientista norte-americana estima um período de seis meses. Alguns comportamentos podem ajudar, como alimentar pensamentos negativos sobre a pessoa, por exemplo. Mas apesar de reduzir a paixão, isso não diminui a tristeza. Com isso em mente, a cientista recomenda ocupar o cérebro com distrações.

Nem todos os especialistas defendem esse método de desapaixonar. A psicóloga Bethany Cook (especialista em avaliação neuropsicológica), por exemplo, chegou a afirmar que seria o mesmo que considerar a respiração como algo opcional. Em seu ponto de vista, o ser humano é capaz de deixar de amar alguém, mas não por vontade própria.

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