
O enxadrista
Agora secretário, Paranhos é a peça do xadrez de 2026 que todos os “deputáveis” aguardam movimentar

“Pangaré”. Assim o núcleo duro do secretariado de Edgar Bueno, gestão 2001/2004, tratava sarcasticamente o vice-prefeito da época, Leonaldo Paranhos.
O vice era considerado muito afoito, ansioso demais. Também dizia-se que Paranhos - marqueteiro até a medula - queria aparecer mais que o prefeito. E isso gerava uma certa apreensão palaciana, já que o plano era reeleger Bueno.
Duas décadas depois, o “Pangaré” é dono do maior ativo eleitoral da cidade, eleito e reeleito prefeito no primeiro turno, com fôlego suficiente para eleger qualquer “poste” que indicasse para sua sucessão.
Os buenistas lá de trás (tratados pelo Mano Preisner como “rafuagem”) tinham razão de preocupar-se. Agora secretário, Paranhos é a peça do xadrez de 2026 que todos os “deputáveis” aguardam movimentar. Se o “Pangaré” for candidato a deputado estadual, engrossa as fileiras de candidatos a federal. Se decidir se candidatar a federal, vem todo mundo disputar a Assembleia.
E por uma razão muito simples: gente dotada de sensíveis antenas políticas, como o colunista Miguel Dias, estima que Paranhos arranca com 50 mil votos em Cascavel para qualquer cargo que dispute.
O balaio de votos atribuídos ao ex- -prefeito é suficiente para inviabilizar candidatos com reduto aqui, a ponto de tirar da cancha reta outros “cavalinhos”, com Pacheco, Adelino e até mesmo o popularesco Batatinha, nosso Tiririca do Oeste.
Para salvar o mandato, o apresentador e dublê de deputado teria que recitar aquele versinho: “Batatinha quando nasce se esparrama para a região…”, pois se contar somente com Cascavel pode virar fritura na pastelaria do Melo.
Em tese, somente Gugu Bueno estaria imune, já que na condição de 1º secretário da Assembleia faz chover e relampear em 150 municípios.
Nessa dança da indefinição tem até o frangão xadrez, Hermes Parcianello, e outros potenciais deputáveis federais, como Henrique Mecabô, Alfredo Kaefer e Edgar Bueno. “Se eu me candidatar a algum cargo público em 2026, será para federal”, tem dito o ex-prefeito.
MALAS PRONTAS
Ouvido pelo Pitoco na última segunda-feira (30), Paranhos disse que espera a movimentação do governador Ratinho Junior para se definir. Fica subentendido que, se Ratinho disputar a presidência da República, Paranhos irá a senador ou a deputado federal, se Ratinho buscar o Senado, “Pangaré” vai disputar uma cadeira na Assembleia.
“Estarei com as malas prontas, mas pode ser que o governador peça para eu ficar na secretaria e não dispute as eleições, aí desfaço as malas e fico”, disse.
PITACO DO PITOCO
Quem conhece Paranhos sabe que isso de ficar na pasta de Turismo pode ser um despiste de enxadrista. Ele é apaixonado por voto. O nome dele estará nas urnas de 2026.
Antigos e novos inimigos de Paranhos - entre outros interessados em impedir relinchos do “Pangaré” nas imediação do Paço em 2028 - querem vê-lo em outro xadrez, mas esse cenário parece improvável.
O ex-prefeito é o cavalo do jogo de xadrez. Come as peças adversárias em movimento de “L”. No caso, “L” de Leonaldo.