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Agronegócio Energia

Primeiro dia do Alimenta 2025 reúne lideranças do setor de proteína animal no Brasil

Especialistas analisaram as vantagens produtivas no país e desafios que o setor precisa enfrentar para expandir o mercado

Primeiro dia do Alimenta 2025 reúne lideranças do setor de proteína animal no Brasil

Começou nessa segunda-feira (16), o Alimenta 2025 – Congresso e Feira Internacional da Proteína Animal, que acontece até o dia 18 de junho em Curitiba (PR), no Campus da Indústria da FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná). O evento reúne representantes de todos os elos da cadeia produtiva de proteína animal, com o objetivo de discutir o futuro do setor, promover negócios e fortalecer a imagem do Brasil como potência agroindustrial.


O Painel de Lideranças – Desafios da Economia e Mercado das Proteínas Animais reuniu representantes de agroindústrias e entidades do setor para discutir o cenário atual e as perspectivas da produção brasileira.


Coordenado por José Antonio Ribas Júnior, o debate contou com a participação de Ricardo Santin (presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal - ABPA); Roberto Kaefer (presidente do Alimenta 2025 e do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná - Sindiavipar); Jacir Dariva (presidente da Associação Paranaense de Suinocultores - APS); Losivanio de Lorenzi (presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos - ACCS); Valdecir Folador (presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul - ACSURS); Elias José Zydek (presidente executivo da Frimesa Cooperativa Central), Fábio Stumpf (vice-presidente de Agropecuária e Qualidade na BRF); Arene Trevisan (diretor executivo da Seara Alimentos) e Irineo da Costa Rodrigues (presidente da Lar Cooperativa).


Entre os temas abordados, destacou-se a importância do Paraná na produção de proteína animal, principalmente frangos, segmento em que o estado é o maior produtor nacional, responsável por quase 35% da produção brasileira e por cerca de 40% das exportações do país.


Roberto Kaefer destacou que esses resultados se devem, entre outros fatores, ao fato de o Estado contar com indústrias modernas, investimentos em tecnologia e biosseguridade, a capacidade de oferecer produtos de alta qualidade e de poder contar com o trabalho sério de órgãos com a Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), que desenvolve um trabalho responsável no que diz respeito à sanidade.


Outro ponto debatido foi a análise do cenário produtivo no Brasil, que possui vantagens comparativas, como solo fértil, estrutura e produção de grãos em larga escala. Mas enfrenta desafios nas vantagens competitivas, com entraves como carga tributária, logística e falta de segurança jurídica. Os especialistas defenderam a busca por alternativas para reduzir essas desvantagens e reforçaram a necessidade de acompanhar as demandas do mercado consumidor.


O painel também tratou dos projetos de expansão para o setor. Para o presidente da ABPA, Ricardo Santin, a biosseguridade é um desafio mundial que exige cautela e mudanças na mentalidade do produtor. Santin destacou o protagonismo crescente do Brasil no cenário global. “Temos água, terra, clima e um povo que sabe lidar com isso. É preciso olhar para trás para não repetir erros do passado”, afirmou.


Outros pontos debatidos foram a necessidade de previsibilidade, ambiente favorável a investimentos e maior integração entre os elos da cadeia produtiva. Problemas estruturais como juros altos, carga tributária elevada, falta de mão de obra, infraestrutura logística e burocracia trabalhista também foram apontados entre os desafios que precisam ser superados pelo setor.


Ainda na programação do primeiro dia, o economista Marcos Troyjo conduziu a palestra Cenário global das proteínas animais: passado, presente e futuro. Economista e diplomata brasileiro, Troyjo foi presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (o banco dos BRICS) e é membro do Conselho do Futuro Global do Fórum Econômico Mundial.


Para Eliana Panty, organizadora do evento, a realização do Alimenta 2025 em Curitiba representa um momento estratégico para o setor de proteína animal. O presidente do Alimenta, Roberto Kaefer, reforça a relevância do encontro. “Essa inovação de realizar o Alimenta é para dizermos ao Paraná e para o Brasil que as proteínas são muito importantes na economia”.


O Paraná, sede do evento, é um dos maiores produtores de aves, suínos e peixes. “Temos que mostrar isso através de uma ação como essa, uma feira, um congresso, pra que a gente possa discutir temas muito fortes ligados ao nosso setor, principalmente na questão da biosseguridade, que precisamos reforçar cada vez mais”, pontuou Kaefer.


O Alimenta 2025 segue até quarta-feira (18), com programação voltada à inovação, sustentabilidade e expansão global do setor.

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